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Auxiliares e técnicos de enfermagem apresentam reivindicações em audiência pública

A situação de técnicos e auxiliares de enfermagem de Pernambuco voltou a ser tema de audiência pública da Alepe nesta quarta (13). No encontro, promovido pela Comissão de Cidadania, os representantes da categoria entregaram uma pauta de reivindicações à Secretaria de Saúde do Estado (SES), expondo baixos salários e más condições de trabalho. Também pediram uma reunião, até o final do mês, com os secretários de Administração e de Saúde, alertando que, se não houver acordo, uma paralisação poderá ser realizada no dia 9 de dezembro. Presidente do Sindicato Profissional dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem de Pernambuco (Satenpe), Francis Herbert pediu que o Governo do Estado receba a categoria em uma mesa de negociação. Ele afirmou que, há dez anos, esses profissionais não têm reposição das perdas inflacionárias, além de não receberem adicional noturno ou de insalubridade. Reclamou, ainda, de atrasos em pagamentos e indefinições nos contratos feitos por meio de Organizações Sociais de Saúde (OS). Também segundo Herbert, não há isonomia no pagamento a auxiliares e técnicos de enfermagem, que recebem quatro faixas salariais distintas. Além disso, muitos trabalham sem insumos básicos, como soro e medicações, e sem equipamentos de proteção, como máscaras, sofrendo contaminação com doenças como a tuberculose. Ele denunciou o déficit de profissionais nas unidades de saúde. “Temos hospitais com pacientes acima do que é suportável. Somos induzidos a cometer erros e infrações éticas. Muitos arriscam o registro no Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE) para salvar vidas, tendo que atuar sem um médico presente. Fazemos medicina de guerra”, disse o líder sindical, que pediu, ainda, a participação da enfermagem na discussão sobre a aplicação das verbas do Sistema Único de Saúde (SUS). A chefe do setor de Fiscalização do Coren-PE, Ivana Andrade, atestou o déficit de profissionais que leva enfermeiros, técnicos e auxiliares a atuarem fora das atividades previstas em lei. “Estamos entrando com uma Ação Civil Pública junto ao Ministério Público para corrigir essa situação e garantir mais segurança para o trabalho desses profissionais”, informou. Diretora-geral de Gestão do Trabalho da SES, Vanessa Diniz recebeu a pauta de reivindicações do Satenpe. Ela fez a ressalva de que as demandas quanto a vencimentos dizem respeito à mesa de negociação coordenada pela Secretaria de Administração, que foi convidada, mas não enviou representantes. A gestora se comprometeu a auxiliar na interlocução com a pasta. “Vamos levar para a Secretaria de Saúde os encaminhamentos sobre as condições de trabalho e tentaremos marcar uma reunião com os secretários de Administração e de Saúde até o final de novembro”, pontuou. Durante o encontro, profissionais relataram situações que enfrentam cotidianamente. Simone Albuquerque, que trabalha na UTI do Hospital da Restauração, no Recife, ressaltou que Pernambuco paga o pior salário da Região Nordeste. No local de trabalho, segundo ela, há teto com risco de desabamento, infiltrações e ratos circulando no refeitório. “Como cuidar dos doentes numa condição dessa?”, questionou. Já Viviane Paula contou ter contraído tuberculose por falta de equipamentos de proteção. Ela também disse que precisou passar por três cirurgias de hérnia por conta do peso que costumava carregar. Presidente da Comissão de Cidadania, a deputada Jô Cavalcanti, titular do mandato coletivo Juntas (PSOL), afirmou que o colegiado enviará ofício ao secretário de Saúde solicitando a reunião. “Faremos também um pedido de informação à Secretaria de Administração e uma inspeção no Hospital da Restauração para saber o que está acontecendo”, agregou.
13/11/2019 (00:00)
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